Um leigo, tido por tolo, escrevendo sobre o mundo como um autêntico louco.
- brunodiehlbarbosaa
- 3 de nov.
- 1 min de leitura
Gente como a gente,
Chamam de indigente.
Nem sou tão exigente,
Apenas sigo indiferente.
Só queria uns livros,
Daqueles sarcásticos,
Que atravessam o tempo,
Sem soar arcaicos.
Há dias anseio por uma dama,
Achei que conquistaria na dança,
Mentira: me atiraram na lama,
Ganhei mais um drama - em vez da fama.
Jogar dama? Esqueça essa trama,
Não tenho nem a grana.
Me chamaram no canto,
No fundo, escutava um canto,
Me ofertaram um trago -
No fim, perdi meu encanto.
Escutei dizerem:
“Cadê as donas?
Aquelas que rasgam nosso silêncio?”
Sumiram no breu - deixaram um tchau.
Mandaram buscar outras -
Nas esquinas das noites.
Levaram todo meu dinheiro.
Acordei sem rumo,
Sentindo usado.
Ela me mandou sair pelo fundo,
Ainda me chamam de imundo.
Não me sentia perdido,
Só ignorava meu destino.
Farto de pensar no acaso,
Até pensei em desistir do passo,
Mas ela me puxou pro abraço.
O delírio me remetia
Ao mais profundo abismo,
Carregava em mim um segredo imundo.
Mandaram silenciar o mundo -
Burros!
Mataram o mudo.
Ainda falaram: missão cumprida.
Fizeram um buraco no muro,
Daqueles todos vazados,
Por onde escapa o escuro.
Acreditei, me ferrei, o fim é obscuro.
Nestes lugares,
Só ecoam os vulgares.
Assustado em estar longe do lar?
Tranquilo - vou me aconchegar no bar.
Carrego alguns medos,
Na verdade, apenas -
O de não ver o dia clarear.
Meu íntimo, considero incontroverso,
Mas queria saber cantar um verso,
Para poder expressar tudo que é sincero,
Até denunciar o que é incrédulo.
No final, esqueci de tudo,
Afastei-me dos patéticos,
Segui meus próprios trajetos.
Nesse caminho, ganhei um apelido:
Lu, lunático.







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